Crítica de Lost: Via Domus

O aguardado jogo Lost: Via Domus chega oficialmente às lojas estrangeiras no dia 27 de fevereiro – por aqui ainda não há data embora o site CD Point anuncie sua venda por R$216! – mas alguns sortudos já o tem em mãos. Um deles é o blogueiro DocArzt que dedicou algumas horas explorando o jogo e fez a crítica que você lê abaixo.

Recebi minha cópia de Lost: Via Domus ontem e passei boa parte da tarde de ontem e da manhã de hoje jogando. O aguardado jogo nos coloca jogando como um passageiro do vôo 815 afetado pela amnésia (depois que o avião cai). Tentando lutar para recuperar sua memória, um sinistro passageiro exige que você entregue para ele uma misteriosa foto. Seu personagem (Elliot) certamente está em apuros.

À medida em que você explora seu próprio mistério, você tem a oportunidade de relembrar vários momentos-chave da série e ver alguns aspectos de certas locações que nunca foram reveladas. Para responder aquela que deve ser a pergunta mais quente: Não, não há nada revelado no jogo que realmente explique qualquer coisa sobre qualquer um dos mistérios da série. A expansão da mitologia da série é em grande parte importante apenas para o universo do jogo.

Fiéis à sua promessa, a dupla Darlton (Carlton Cuse e Damon Lindelof, produtores da série) não permitiu que qualquer princípio da série fosse solucionado exclusivamente no jogo. O jogo é de fato uma experiência estritamente opcional para quem acompanha a série.

Sobre o realismo do jogo – A maioria dos jogos da próxima geração faz um bom trabalho oferecendo uma atmosfera suficiente [para atrair o jogador], mas já que Lost: Via Domus é baseado em Lost, ele precisa recriar as locações e os personagens que os fãs já estudaram em um nível quase acadêmico.

E nesse departamento, Via Domus é certamente aceitável. O terreno em que ele acontece é o ponto forte do jogo. As cenas do acidente são cheias de perigo e devastação; a estação cisne mantém o mesmo clima de mistério que trouxe desde a primeira vez que a vimos na série; a floresta é bonita e transpira um clima formidável.

Os modelos dos personagens são realmente o ponto fraco do jogo. Alguns deles são fantásticamente bem feitos: Desmond, Locke, Kate e Jack só para citar alguns; outros são risíveis: Hurley, Michael, Claire…

O comportamento dos personagens também é algo bem variável. Jack, por exemplo, logo no início do jogo se torna uma barreira humana impedindo que você avance floresta adentro para procurar a parte da frente do avião e a misteriosa câmera. Jack certamente é mandão e inflexível, mas uma barreira humana? Nunca. E no mundo real, apenas caminharíamos um pouco mais à frente na praia e entraríamos na floresta de qualquer jeito; ou diríamos, “Vá se ferrar Jack” e passar por ele.

Cada situação é mais ou menos sem um propósito definido, mas há algumas tarefas que precisam ser completadas antes que você consiga ir adiante e algumas vezes elas não trazem necessariamente aquele clima da série. Por exemplo, quer fugir do Jack? Tenha um flashback e descubra que os homens são facilmente enganados quando há uma mulher jovem em perigo. Isso automaticamente o levará àquela fala “A Claire desmaiou.” Isso acaba te dando a impressão de que você é muito mais um prisioneiro do roteiro do jogo do que um jogador com vontade própria.

O fator de maior desapontamento do jogo é sua constante limitação sobre o quanto você pode explorar. Explorar a ilha de forma livre deveria ser o ponto primordial do jogo. Contudo, o acampamento da praia é limitado pelos destroços do avião e se você caminhar muito longe floresta adentro receberá a mensagem pedindo para recomeçar.

Sobre o clima de Lost – Isso era essencial para mim. Tinha que parecer Lost e eu não tenho problemas em endossar Via Domus como uma experiência ‘lostiana’. Naturalmente ele não transmite o mesmo clima dos episódios mas à medida que a história progride você definitivamente perceberá que está mais envolvido com a aventura da vida desse personagem do que com qualquer outra coisa que tenha a ver com a ilha. Ela aliás, serve como pano de fundo para muitas histórias pessoais.

A tendência com um video game, penso eu, seria esperar uma versão cheia de ação da mitologia da série. Você como Jack lutando contra a Dharma na floresta enquanto explora os templos daos habitantes originais da ilha. Obviamente esse não é o caso e em vez disso você relembra os mistérios através de personagens e momentos-chave da mitologia da série.

A voz dos personagens é muito ruim. Talvez exista uma razão legal que explique porque eles não usaram as vozes originais, mas acredite em mim, do jeito que ficaram elas estão longe da perfeição. Mas como não foram os atores da série que gravaram as vozes isso é completamente perdoável.

Sobre a jogabilidade – Sou um fã de Lost muito dedicado mas também sou um jogador dedicado e Lost: Via Domus tem problemas sérios para mim. O ritmo como mencionei antes é roteirizado e mecânico demais. Os controles são bons, há alguns momentos épicos na história frustrantemente difíceis enquanto outros momentos-chave são surpreendentemente fáceis. Precisa impedir o avião de explodir? É simples matemática. Precisa passar pela caverna para encontrar a parte frontal do avião? Uma virada errada e você precisará passar 10 minutos circulando pela floresta recolhendo cocos para negociar com Michael uma troca por tochas.

As sequências de flashback são bem feitas. Um recurso eficiente foi encontrado para tornar a experiência satisfatória. Você lembra de fragmentos de uma fotografia antes de entrar no modo em que revive a situação. Recupere a fotografia na sua câmera e você passa pelo segmento do flashback.

Veredito Final – Lost: Via Domus é um jogo que encontra seu ritmo no segundo ato. Jogadores casuais que pesquisarem bem antes de encomendá-lo acabarão não comprando. Já os fãs de Lost por outro lado, não conseguirão ignorá-lo. Esse tipo de apelo como idéia de mercado é uma má idéia porque enquanto Lost tem uma enorme base de fãs ela é relativamente pequena quando você a divide para jogadores e coloca o jogo em três plataformas diferentes. Jogadores mais viciados em aventura e sem vício em Lost vão rapidamente enjoar das tarefas roteirizadas.

Resumindo: O jogo é uma experiência honesta que nenhum fã da série deveria dispensar. Os que não são fãs contudo, deveriam ficar longe dele.

*-*-*-*

Uau, que pedrada ele deu no jogo, não? Mas tudo bem, como cada um tem a sua opinião, sigo na expectativa de poder dar a minha quando colocar as mãos no joguinho. Tomara que você possa fazer o mesmo 😉

Por Davi Garcia

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17 COMENTÁRIOS

  1. Cintia
    Bom eu tinha medo do preço, já q não compro jogos e confesso q achei salgado, e pelo comentário, não vale muito a pena pra minha realidade. Ainda bem q o Davi tá animado pois vai passar as novidades pra nós, né?

  2. Sempre fico com pé atrás quando um jogo é adaptado para as telas (grande ou pequena) ou vice-versa. Geralmente os produtores, no caso de séria para video-game, investem pouco em termos de jogabilidade e estória por que para eles apenas o marketing da série original é o suficiente, então acabam reciclando praticamente tudo o que uma certa série oferece e não acrescenta nada de novo e plausível ao mesmo tempo. De jogo adaptado, só consigo lembrar de dois (e olha q eu jogo muitos jogos) que é do Poderoso Chefão e Homem-aranha 2. O resto tudo foi pura decepção. Para nomear alguns: Alias, Buffy, Super-homem, Family Guy, Cavaleiros do Zodíaco, etc. O interessante é que em Buffy, muitos dos personagens foram dublados pelos atores originais da série. Mas mesmo assim, não vingou.
    E nem precisa falar em jogos que viram filme. Tenho um pré-conceito enorme. Para mim, aquele filme do Street Fighter com o Van Damme ilustra bem como qualquer tentativa para adaptar um jogo sai errado. De todas as adaptações de jogos, o único que salvou para mim foi o Silent Hill.

  3. Eu não vou jogar, não sou mto ligado em videogame e tudo o que é jogo baseado em série ou filme costuma ser ruim.

    E esse lance no início do Jack dar uma de mandão e impedir o seu progresso e tal. Na primeira vez que eu jogasse e ele fizesse isso eu já atirava o jogo pela janela com o videogame junto.

  4. O Doc não é crítico de jogo nem de longe e de todas as críticas feitas por gente que realmente entende do assunto nenhuma falou mal como essa do Doc, pelo contrário, disseram que pra uma adaptação ficou fora de série… mas é bom sempre ouvir opiniões de pessoas que apenas são jogadores, contudo acho que o jogo é muito mais do que ele disse.

  5. Sendo bom ou não eu não poderei jogar, primeiro porque não tem versão para wii e para jogar no pc ia ter que comprar uma placa de vídeo nova, algo que eu não pretendo fazer.

  6. Aff, não esperava muita coisa do jogo, mas lendo os comentarios desse cara me deu vontade. Os argumentos pra não jogar são idiotas d+, querem um jogo sandbox, com graficos soberbos da nova geração…aff, nem o bambam GTA é assim, um jogo com exploração enorme com graficos ridiculos, mas mesmo assim acaba agradando, compara os gráficos, baixem trailers de jogos como Devil May Cry e o novo GTA4, mas olha o nivel de exploração de outro. Manja nada esse cara. Sobre a jogabilidade só jogando mesmo pra saber, cada um tem o seu gosto.

  7. bom. Eu estou com uma cópia dele pra pc aqui. O jogo é muito curto, uma pena. Terminei em umas 5 horas e consegui liberar todos os secrets com a maquina fotografica, que nada mais são do que graphic arts dos cenarios no menu extras :/
    Sobre “se vale a pena” a compra do jogo. Pra quem é fã claro. Pra quem é gamer, nem a pau. Joguei aqui em widescreen com os graficos todos no maximo e o visual é muito bonito. Só achei foda alguns personagens não estarem no game. Como o Eko, Ana Lucia, Boone e etc…. Nem o walt tá lá hahaha, o jogo fica só nos personagens principais da metade da 3a temporada pra cá, o que é mau pacas pois o game vc começa desde a queda do avião :/
    Sobre o lostzilla, dá pra perceber muito bem que o som que ele faz são de sussuros, gemidos (humanos), hurros (parece muito com o urso) e muito e muitos sons de peças mecânicas.
    Sobre o final do jogo. Acho que não pega nada fazer spoiller, ainda mais por causa de toda essa teoria ja confirmada do lapso temporal na ilha. Basicamente Vc consegue com a ajuda de Juliet e tb de Locke, pegar o baco Via Domus e escapar da ilha seguindo para o marco 325, algo como noroeste. O mais legal é que após um tempo que vc escapa, vc chega mais ou menos ao ponto aonde está saindo da parte temporal que a ilha afeta. Mas o estranho é que vc não volta 30 e poucos minutos atras, mas sim vc no barco ve do oceano toda a cena do avião acima de vc rachando ao meio e caindo na ilha. Como o jogo termina na linha temporal, antes de Jack ser capturado pelos outros, Façam as contas de quanto tempo vc volta no tempo após sair da ilha….
    Outra coisa. Após vc ver a cena do acidente lá do barco, tem um apagão e de repente vc acorda novamente nos destroços da queda do avião, mas com as memorias desse tempo todo que passou na ilha. Isso me leva a crer que agora no proximo episódio, é muito provavel que Sayid e Desmond, no helicoptero saindo da ilha, deverão chegar ao ponto onde o barco se encontra antes mesmo dele ter estado lá. Quero só ver.

    flws aew. Se tiver muito spoiller pode deletar o post.
    Flws

  8. Bem, eu comprei o jogo para playstation 3 e para um jogo para ps3 os graficos nao sao ruins, mas também nao sao dos melhores e realmente para um jogo de aventura eu o achei muito fraco, mas valeu a pena só pelo fato de ser um fã de lost.

  9. NAO COMPREM.

    O jogo é até legalzinho, mas não vale a pena comprar. Faça como eu, baixe via torrent o jogo (4GB) e depois joguem umas 5h +- pra zerar. Comecei na sexta a noite, joguei um pouquinho, sábado um pouco e domingo eu zerei de tarde. Jogo fácil fácil. Poderia explorar mais a série e ter menos contradições. E o final foi ridículo ! não compre, só se fizer questão!

  10. O jogo e legalzinho…

    Nao e a maior maravilha do mundo…

    Mas interagir com kate, jack e lock e o ambiente da ilha e tal. deixa o jogo legalzinho…

    Nao espere mta coisa…

    Se quer um game bom da ubisoft va jogar assassins creed. esse sim e irado.

  11. Jogo o Lost a uma semana…e simplesmente concordo com tudo que o amigo disse ali, em cima!
    A gente fica preso no que eles qerem qe a gente faça, queria estar no papel do Jack…Kate..e não..de um Zé ninguém..que nos colocam!
    Tem fases fáceis demais…a do fogo no avião é babaca…mas a da caverna..dá vontade de chorar..de tão chata qe é..
    o jogo deixou a desejar…simplesmente achei qe havia certas atitudes que o personagem podeia tomar…pq não existe coisa mai chata do que você ter interrogado a cada “visita” à floresta, se vc qer ou não voltar pra praia!
    Atenciosamente, LiCiOuS!

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