Traduzido e adaptado por Davi Garcia
Quando se chega ao topo do Kualoa Ranch, um vale cortado por penhascos feitos de rochas em erosão causada pelas chuvas e por uma extensa folhagem, a sensação de que se está na “Ilha” é palpável. Depois de circular pela área do rancho, indo de um lugar ao outro, outro senso surge de imediato: arrumar as locações certas para Lost não é algo simples no dia de trabalho da equipe, é uma absoluta paixão.
“Vamos ter que andar um pouco para chegar à próxima locação, mas é uma bem grande”. Me conta o havaiano Ed Kos, proprietário da Hummer Tours. A caminhada é precedida por um pequeno percurso cheio de solavancos em um terreno bastante irregular. As hummers de Ed não são apenas enfeites aqui. Nada que incomode muito, mas certamente não é o passeio mais confortável que poderia se esperar de uma produção da tv.
Quando chegamos à locação, a hammer H2 branca de Ed parece uma caixa de fósforos, e eu estou sem fôlego por ter que subir o monte até uma área de grama rasteira levando minha carcaça a la Hurley. Kos, que é um marinheiro aposentado sequer fica suado. Chegamos a uma área gramada bem familiar onde ocorreu a emboscada no episódio final da 2ª temporada. Ele aponta para o local onde os tubos da estação Pérola estavam e me diz como encontrou alguns deles, e que eles foram feitos com engradados plásticos de refrigerantes de 2 litros usando uma capa de um livro Dharma preso por dentro. Estou no paraíso.
Um pouco adiante fica uma formação rochosa. O rico solo vulcânico é bem escuro. No topo de um monte estão os restos da ponte que Hurleuy e Charlie cruzaram no episódio “Numbers”. É estranho olhar ao redor e perceber que não apenas nunca existiu um desfiladeiro embaixo da ponte, como também não havia outro lado. “Eles colocaram um andaime bem aqui”, me diz Ed indicando a direita, “e suspenderam a ponte”, completou.