A Sensação de Ver

É com imensa satisfação que publicamos mais uma contribuição dos nossos leitores. Neste caso, um ótimo comentário sobre o filme “A Sensação de Ser” que tem em seu elenco Ian Somerhalder, ator que interpretava Boone em Lost. Nossos agradecimentos à Fabiana pela excelente contribuição. Abaixo, o e-mail na íntegra:

Olá pessoal do Dude!

Quero dizer que acesso o blog diariamente, porque meu inglês é péssimo e só vocês traduzem tudo rapidinho para os fãs de Lost não perderem nada.
Mas hoje não vim falar de Lost e sim do filme “A sensação de ver”, de Aaron J. Wiederspahn, e com Ian Somerhalder, que teve sessão no dia 21/10 durante a 30º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Confesso que fui ao cinema na vã tentativa de quem sabe, encontrar o Ian promovendo o filme, o que não ocorreu, (o diretor estava lá, disse que estava sendo maravilhoso estar no Brasil e arriscou o básico “obrigadou” no final), mas o filme valeu a pena.
Para os lostmaníacos, a edição da trama soa agradavelmente familiar: o filme começa numa cena de vários minutos em que um caminhão de lixo e uma mulher tangendo 3 cabras passam por um homem caído ao lado de uma estrada, na frente de um galpão antigo. Somente um menino de bicicleta vai parar e tentar acordar o homem, e quando não consegue, vai embora levando consigo algo que estava no chão, e que não é muito claro. É ai que vem a semelhança com Lost…a cena seguinte, em preto e branco nos mostra uma briga de casal, quando o marido avisa que vai embora de casa. E esta cena, saberemos mais a frente, é um FLASHBACK da vida de Mr. Finn (David Strathairn, de Boa noite, Boa Sorte) um ex-professor que agora mora numa pensão e vende enciclopédias.
Durante o filme, que é dividido em 5 partes, cada uma delas iniciada por um verso, numa tela como aquelas de filme mudo, vamos descobrir o que aconteceu para que Mr. Finn saísse de casa, e as relações que ele estabelece com as pessoas com quem convive. Na trama temos ainda uma jovem mãe e sua filha que moram na pensão, um rapaz que cumpre pena de trabalhos alternativos lavando carros de polícia, um menino que está sempre atrasado para a escola e comete um furto, um velho pai e sua filha que também é ex-aluna de Finn, e um ex-músico, que ajuda a lavar as viaturas, sempre acompanhado por um jovem, papel de Ian Somerhalder.
É nesta relação entre os personagens que reside outra das semelhanças com Lost: de uma maneira direta ou não, todos os personagens estão ligados. Exemplo: Mr. Finn mora na pensão, onde também moram Alice e Ruthie (mãe e filha), que é ex-mulher de Dylan (o cara que lava as viaturas), que é ex-aluno de Finn e é filho de Tucker (o velho pai), com quem está brigado. Uma das relações mais importantes,e que envolve o personagem de Ian, é o ponto central do filme, então não posso revelar para não estragar a surpresa.
Mais uma semelhança? Finn termina cada uma das “partes” do filme com uma citação, entre ela uma de Pascal, que dá nome ao filme “é a luz que dá a nós a sensação de ver”, como em Lost, onde sempre temos uma citação de autores clássicos, seja na própria trama, no nome dos episódios ou dos personagens. No caso dos personagens do filme, especialmente de Finn, a sensação de ver virá com a libertação da culpa que o assola e o fez mudar de vida.
Ian faz um trabalho muito bom, comedido, sem sorrisos. A angústia de se ver perseguido por um rapaz que aparentemente ninguém mais vê o consome e sua vida é uma sucessão de dias sem significado nenhum. Apesar de ser difícil dissociá-lo do Boone de Lost, ele fez um papel muito mais carregado dramaticamente, e sua beleza não é explorada intencionalmente (mas, meninas, relaxem: ele tem closes de tirar o fôlego e o figurino, uma calça jeans perigosamente justa revela um “potencial traseiro” que eu nunca havia reparado na ilha).
O filme não é diversão fácil, nem entretenimento de massa, mas não é indecifrável. Leva a pensar nas culpas que carregamos por ai, e que muitas vezes não são nossas. E também vale pelo Ian, por ver que ele pode ir além de Lost com segurança.
É isso, é que fiquei tão animada pelo filme que quis dividir com vocês minha opinião. Espero que anime vocês a assistir o filme também.
Beijos a todos e parabéns pelo Dude!
Fabiana “Jater” Lameirinha, Guarulhos/SP.
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18 COMENTÁRIOS

  1. Parabéns Fabi,

    Gostei muito do seu comentário sobre o filme! Tah ficando importante! hehehe….quem sabe vc pode ser uma comentarista de cinema heim…..uma cronista!! hueuhe…tem talento….um abraço do seu fã….Ivo

  2. Hmmm… que bom que eu não fui a única a ir assistir ao filme também tentando ver o Boone! XD~

    E será que sou eu muito paranóica, mas na cena que Finn corre, quando ele passa pelo Ian a narração fala “… LOST”! ^^

  3. HUHUHUHU……Da-lhe Fabiiiiiiiiiii!!!!
    MIGA JATER LINDA, amei de paixão o seu texto. Que você tinha o dom para escrever FANFICS eu já sabia, agora mais essa!!!
    Infelizmente eu não pude ir com vocês, mas nem precisou né??? Acabei de ver o filme direitinho lendo seu texto. Mas mesmo assim, vou tentar assistir.
    Nusssssssa…..Show de bola!!!
    Clau………

  4. Nossa, que ótimo comentário sobre o filme Fabi. Definitivamente quero ver esse filme agora. Suas palavras fizerem ele soar muito interessante.
    Parabéns, querida!

  5. Valeu pelos elogios gente! Fico deliz duas vezes: por estar no Dude e por vcs terem gostado do meu humilde texto!
    Thais, fomos pelo menos três, pq eu estava junto com uma amiga Jater que tb queria ver o Ian, agora sobre a narração, realmente eu não me recordo.

  6. Fabi, vc é FODÁSTICA!
    Escreveu MUITO bem, deixou a gente morta de curiosidade pra ver o filme (e a bunda do Ian! hauihaiouahiu) e ainda fez uma bela contribuição pro Dude! Meus parabéns, amiga!

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