THE LOST EXPERIENCE – Guia Prático

Hey Dude! A partir de hoje o blog vai acompanhar o Lost Experience. Convocamos o Rafael, nosso novo colaborador, que terá como tarefa nos manter informados sobre tudo que rola neste jogo! Conforme as novidades forem surgindo, postaremos aqui no Dude !—————————————————
Por Rafael “Windblow” Savastano

Pois é, caros Dudes. Essa é minha primeira contribuição para o blog e a inicio dizendo que estou justamente como vocês: em crise de abstinência de Lost! Há quase duas semanas que a segunda temporada terminou e a estréia da terceira parece tão longe que dá até um desânimo. Como nos manteremos entretidos até lá? Claro que existem outras séries boas pra acompanhar nesse ínterim, além da Copa do Mundo ou do Horário Eleitoral, mas nenhuma delas têm aquela dose de mistério e os enigmas que nos deixam eletrizados por Lost. E agora?Bem, a boa notícia é que os produtores – tão prestativos – se preocuparam conosco o suficiente para arrumar uma “atração secundária” que nos ocupe durante o hiato de temporadas. Trata-se do Lost Experience, o tão falado ARG (Jogo de Realidade Alternativa) oficial da série. Ele começou há um mês e está cada vez mais enigmático e divertido. A má notícia é que, como era de se esperar, o jogo é todo em inglês, e não é tão simples de arrumar “legendas” (metaforicamente falando). Além disso, um ARG é diferente de uma série, no sentido de que não vem em episódios periódicos e fechados. As informações vão surgindo com freqüência inconstante, em doses homeopáticas, e você só acha se procurar. Mas claro que a graça do jogo é toda essa, não é?Explicação obrigatória sobre os ARGs

Ok, então já sabemos que ARG, além de uma interjeição de desgosto, é a sigla para Alternate Reality Game. Mas aí vocês me perguntam – Que bicho é esse? Eu explico: ARGs são uma modalidade de jogo relativamente nova. O primeiro ARG de sucesso e exposição mundial foi feito para a divulgação do filme “I.A. – Inteligência Artificial”, de Steven Spielberg, e desenvolvido por um pequeno grupo de programadores da Microsoft. O jogo, hoje conhecido como The Beast, consagrou o gênero (que já havia sido utilizado antes, em menor escala) e inspirou a criação da sigla. Desde então, vários ARGs surgiram na internet, alguns profissionais (como por exemplo o I Love Bees, feito para divulgar o lançamento do jogo Halo 2, para o console de videogame da Microsoft, o Xbox) e outros criados por entusiastas com dinheiro (como Lockjaw e Metacortechs, ambos desenvolvidos por um grupo de jogadores do Beast, sendo o segundo ambientado no universo de Matrix- foi um dos mais bem-sucedidos ARGs “amadores” até hoje, tendo superado em público e visibilidade vários jogos oficiais).

Como funciona um ARG e no que ele é diferente de qualquer outro jogo de computador? Bem, para começo de conversa, um ARG é um jogo verdadeiramente em primeira pessoa. O jogador interage com o jogo através de instrumentos reais e mundanos – navegador web, e-mail, telefone, carta, até mesmo presença física em determinados locais. Não existe uma linha definida separando o que é o jogo e o que não é. Claro que isso traz problemas – se você não sabe se está jogando ou não, como saber o que está dentro ou fora do jogo? Uma das regras mais sagradas sobre os ARGs é a consulta aos registros de domínio de uma página. Geralmente, todas as páginas “dentro” de um jogo em específico serão registradas pela mesma empresa, ou dividirão o mesmo endereço IP. Essa regra é a única quebra de verossimilhança “aceitável” em um ARG e só existe para que o jogo seja funcional. Além disso, tudo parece real – até demais. Não é incomum que algum jogador receba e-mails, telefonemas ou cartas de personagens fictícios do jogo, ou seja convidado por algum deles a ir pessoalmente buscar alguma pista deixada em algum lugar do mundo.

O que nos leva a outra característica marcante dos ARGs – nem todo mundo pode resolver todos os enigmas. Alguns dependem de localidade física, outros (a maioria) de conhecimentos específicos, seja em informática, em biologia, em literatura, etc. Por isso, ninguém joga um ARG sozinho. Ao invés disso, criam-se comunidades de jogadores (“detetives coletivos” como alguns chamam) que mantêm uma lista de todas as pistas e informações já conquistadas, além de discutirem a resolução dos enigmas dia e noite em fóruns e salas de bate-papo pela rede afora. É claro que a maioria dos enigmas parece extremamente difícil – o nível de dificuldade de um ARG é sempre para “centenas de mentes colaborando entre si”, nunca para uma pessoa só. Portanto, é raro para o jogador usual ser o primeiro a descobrir uma pista. O que se pode fazer, claro, é tentar descobrir sozinho antes de recorrer aos fóruns. Mas não se sinta desmerecido se um determinado quebra-cabeças for demais para você.

Por fim, o funcionamento básico de um ARG consiste em: descobrir o “buraco de coelho” (a pista inicial do ARG, geralmente escondida em anúncios, banners, ou coisa parecida), investigar as páginas do jogo atrás de coisas escondidas, pistas, enigmas, etc – e isso inclui ler os códigos-fonte HTML, tratar imagens e áudio em editores, pesquisar incessantemente no Google sobre assuntos relacionados a qualquer coisa que pareça uma referência (histórica, científica, etc) – e, sempre que descobrir uma nova página que pareça dentro do jogo, tirar a prova dos nove (o endereço IP) antes de decidir se vale ou não a pena aprofundar-se nesse novo site. Isso porque muitos desocupados gostam de criar sites que pareçam do jogo pra confundir os jogadores. Mas geralmente esses sites são hospedados em grandes provedores de acesso ou sites de hospedagem gratuita, portanto fáceis de detectar. Em suma, a regra principal de um ARG é: “não ignorar nada, mas desconfiar de tudo.”

Mas o que isso tem a ver com Lost?!

Calma, estou chegando lá! Desde o início da série, existem alguns sites na internet relacionados a Lost de uma forma bastante “ARGesca” (que palavra horrível eu acabei de criar!). Alguns desses sites tinham várias mensagens e coisas escondidas, mas não contavam exatamente uma história coesa. Paralelamente, vários outros sites feitos por fãs começaram a surgir, existindo pelo menos um para praticamente qualquer companhia fictícia que fosse mencionada na série, como a lanchonete Mr. Cluck’s ou a banda Drive Shaft. Quando a segunda temporada foi lançada, mais um site oficial surgiu, o site da Fundação Hanso, os financiadores da misteriosa Iniciativa Dharma. O site também teve sua dose de documentos escondidos e mensagens crípticas, mas nada que soasse como um esforço coordenado.

Na mesma época, um misterioso site, supostamente encontrado através de um link na página oficial da Fundação Hanso, começou a enlouquecer os espectadores da série com uma série de imagens e sons enigmáticos que se atualizavam esporadicamente. Esse site – o BigSpaceShip1.com – foi alvo de grande especulação e debate sobre sua validade durante bastante tempo. Parecia o início de um ARG sobre Lost, mas não havia nenhuma história por trás dele, apenas mensagens, imagens e sons estranhos vagamente relacionados aos temas da série. Levou muito tempo até que os produtores confirmassem que o BigSpaceShip1.com não era um ARG da série, porque eles já estavam planejando um, que seria oficial e bastante grande. Eles disseram também que o jogo se estenderia por todo o verão norte-americano, para manter entretidos os fãs mais viciados, até a estréia da terceira temporada. Apesar de ser um jogo oficial, no entanto, eles disseram que não seria necessário jogar o jogo para entender a série, nem vice-versa.

Pois bem. No mês passado o jogo foi oficialmente lançado – junto com um nome definitivo, The Lost Experience – através de uma propaganda de tv veiculada durante o intervalo do episódio daquela noite. Propaganda de ninguém mais, ninguém menos do que a própria Fundação Hanso, anunciando o relançamento de seu site, todo reformulado. A propaganda, que foi veiculada tanto nos EUA quanto na Inglaterra (aonde a segunda temporada estava só começando) e na Austrália, dava um número de telefone e convidava os telespectadores a ligarem e “descobrirem a experiência por si mesmos”. Esse era o tão esperado “buraco de coelho” que dera a largada no Lost Experience.

Ok, blá blá blá, mas cadê o “Guia Prático” prometido?

Apesar do título feito pra fisgar leitor, já vou avisando que não há um guia rápido para se interar do jogo – a menos que você saiba inglês. Nesse caso, há sites essenciais, como o http://www.thelostexperience.com/ e o http://thelostexperienceclues.blogspot.com/ que atuam como repositórios de pistas e fazem algumas recapitulações providenciais sempre que a história dá uma avançada rápida. Porém, para aqueles com menor proficiência na língua bretã, tentarei manter nesse blog uma listinha resumida dos principais eventos, se possível com traduções. Para os que sabem inglês mas não querem ler as respostas dos enigmas antes da hora, vou tentar também manter um formato de “dicas”, dando algumas dicas de progressivo potencial spoiler antes de revelar as soluções. Quem não estiver interessado nos enigmas e quiser logo saber detalhes da história pode pular direto para os resumos que farei no final.

Mas isso tudo vai ser a partir da minha próxima contribuição. Vou ficando por aqui antes que eu estoure o limite de caracteres da internet. Quem quiser se aventurar no jogo por conta própria provavelmente já deve saber aonde começar. Mas, para os preguiçosos, sem sair do clima de investigação, deixo com vocês um link para a página. Viram? Não?? Procurem bem 😉

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