A viagem pelo mistério continua

Por Michael Idato
para o site australiano The Age

Lost a série sensação do canal Sete, com seus ursos polares, sinais de rádio com mais de 16 anos, números da loteria amaldiçoados e um sinistro projeto Dharma, é o quebra cabeças chinês definitivo – quanto mais perto de juntar as peças, mais misturadas elas ficam. “Essa é a analogia perfeita,” diz o co-criador, produtor e roteirista da série, Damon Lindelof. “Qualquer série de tv, ao menos que seja construída como uma minisérie, que tem início, meio e fim, é bem complicada de se fazer. O quebra cabeça vai se tornando cada vez mais complicado, e em uma séria construída para dar respostas mitológicas, como você não responde essas questões mas continua com a série de uma forma atraente ao público?” Lost estreou em 2004 com um episódio piloto de alto orçamento que mostrava os sobreviventes do vôo 815 da Oceanic presos em uma ilha do Pacífico. Alcançou índices espetaculares de audiência e desenvolveu um mistério atraente. À medida em que a série caminhava, o centro desse mistério se tornou a escotilha enterrada no interior da floresta da ilha. O que havia dentro dela foi ‘a’ pergunta, que Lindelof e o co-roteirista Carlton Cuse não responderam no final da 1ª temporada. O público obviamente não ficou contente, então a dupla deu uma resposta na abertura da 2ª temporada com uma avalanche de informações intrigantes. “É a parábola de Goldilocks sobre como você acha o mingau que está bem na sua frente,” Lindelof diz. “Marc Cherry, nosso colega que faz Desperate Housewives, respondeu o mistério fundamental no final da 1ª temporada e as pessoas ficaram extremamente satisfeitas. O efeito colateral, já na 2ª temporada, era as pessoas dizendo que gostariam que ele não tivesse respondido. Então você se está condenado se dá e condenado se não dá… Eu não acho que Marc tenha feito certo ou nós tenhamos errado, ou vice versa.” A 2ª temporada de Lost é dramaticamente diferente da 1ª. Aquele foi feita como uma série que fala de um acidente aéreo e uma ilha misteriosa. A 2ª direcionou a ação para dentro da escotilha e atou o mistério em uma conspiração desenvolvida. “A 1ª temporada era incrivelmente focada nos personagens, e a maioria do mistérios desafiadores para nós enquanto escritores era descobrir quem eram aquelas pessoas,” Lindelof diz. “A 2ª temporada é sobre a ilha de muitas maneiras, e é hora de começar a fase de exploração da série.” Cuse, que co-escreve muitos dos episódios chave com Lindelof, acredita que há 2 tipos de séries de tv: franquias e históricas. “Essa é do tipo histórca,” ele diz, “e onde estamos é onde a história nos trouxe, até o próximo passo. Nós sentimos que precisávamos responder alguns dos mistérios. A escotilha foi aberta então quando voltamos fizemos um esforço considerável para responder algumas dessas questões.” O que nos traz ao “The Other 48 Days”, que revela o que aconteceu com os sobreviventes da parte traseira do avião nos primeiros 48 dias desde o acidente. Já conhecemos Eko, Bernard, Libby, Cindy e Ana Lucia. E essa última já ficou marcada nessa temporada depois de atirar e matar uma das personagens principais do elenco na 1ª temporada. É uma virada marcante na história, mesmo que por um episódio, de um grupo de novos personagens em um novo ambiente, e isso sugere uma confiança na narrativa que é rara na tv. “A série constantemente nos força a pensar e experimentar coisas que não experimentamos antes porque as narrativas eram limitadas,” Lindelof diz. “Quando as pessoas viram o piloto disseram, ‘Como isso pode ser só uma série de tv?’, e as coisas não ficaram fáceis e sim mais difíceis. “Nossa confiança é baseada muitas vezes no medo,” ele continua. “Estamos forçando a barra? Estamos tomando uma liberdade criativa que está exagerada? Mas ao mesmo tempo a série nos força a fazer isso, porque estamos incrivelmente limitados ao tipo de histórias que podemos contar.” Lindelof está orgulhoso do episódio “The Other 48 Days. “É quase um segundo piloto de muitas maneiras, e ver pelo que eles passaram e o que aconteceu a eles é enormemente envolvente,” ele diz. Como todos os episódios de Lost que dobram as esquinas da complexa mitologia da série, ele levanta mais perguntas do que respostas. “Se você estiver procurando uma resposta definitiva e esse é seu objetivo ao assistir a série, você vai acabar se frustrando,” Cuse diz. “Eu penso que séries que envolvem um conceito mitológico falam de uma jornada, não de um destino. E se respondemos essas questões, a série termina.”

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